terça-feira, 23 de outubro de 2012

Polícia investigará experiências com animais em escola de Canoas, RS

Aluna exibe pele de gato durante aula de biologia em escola de Canoas      
 (Foto: Reprodução/Facebook)

Fotos publicadas em uma rede social chocaram internautas e delegada. 
Nas imagens, alunos do Ensino Médio 'brincam' com partes de gatos mortos.
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar denúncia de maus-tratos a animais durante aulas no Colégio Luterano Concórdia, em Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre. Fotos de uma suposta vivissecção (operação feita em animal vivo para estudo da fisiologia) de gatos publicadas no Facebook tiveram grande repercussão na internet e revoltaram entidades ligadas à proteção dos animais.
De acordo com a delegada Sabrina Deffente, da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, a investigação tem como objetivo apurar se houve maus-tratos aos animais e se a instituição tem licença para praticar esse tipo de experiência. Direção, professores e alunos devem ser chamados para prestar depoimento a partir de segunda-feira (22).
Nas imagens publicadas na rede social, estudantes do 3º ano do Ensino Médio aparecem segurando partes de gatos – como cabeças, patas e pele. Numa delas, uma aluna encara a cabeça de um gato. Há ainda fotos de gatos e aves com as vísceras expostas sobre as mesas do laboratório.
“As fotos são chocantes. O gato é um animal de estimação e ali haviam gatos abertos, com a cabeça cortada. Não sei a origem dos fatos e o objetivo das aulas. Por isso, determinei a abertura do inquérito para apurar”, declarou a delegada.
A denúncia partiu da mãe de uma aluna. Após ouvir o relato da filha sobre a aula, ocorrida na manhã de quinta-feira (18), ela viu as fotos no perfil do Facebook de outra estudante e decidiu registrar ocorrência na polícia no dia seguinte (19). Também entrou em contato com a presidente da Associação de Proteção aos Animais de Canoas (Aprocan), Eliane Tavares.
Revoltada, Eliane reproduziu as fotos na internet. Ela questiona a procedência dos animais e a forma como esse tipo de experiência foi conduzido na escola. Até as 19h30 deste domingo (21), as imagens já haviam sido compartilhadas por mais de 800 pessoas.
“Existe uma norma que regulamenta esse tipo de aula. Dentro dessas aulas, os animais usados para pesquisa precisam ser respeitados”, afirmou Eliane.
Em nota, o Colégio Lutarano Concórdia afirmou que experimento foi realizado com alunos do 3º ano do Ensino Médio, com idade superior a 16 anos, durante uma aula prática opcional de biologia. A instituição diz que foram usados animais mortos, vítimas de atropelamento, recolhidos na rua e armazenados em refrigeração.
“Dessa forma, (a escola) esclarece que não realiza experiências ou demonstrações com animais vivos em nenhuma de suas atividades, bem como não pratica vivissecção de animais, práticas essas contrárias aos valores morais e cristãos que são pilares da educação luterana”, diz trecho do texto.
O uso de animais para fins de ensino e pesquisa científica passou a ser permitido para instituições “de educação profissional técnica de nível médio da área biomédica” a partir da lei 11.794/2008, sancionada em outubro de 2008. Antes disso, esse tipo de procedimento era restritos aos estabelecimentos de Ensino Superior.



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

MP pede condenação de município goiano por maus-tratos a animais

Imagens do local em março deste ano e do aparelho usado no sacrifício dos animais (Divulgação/MP-GO)
Em março deste ano, órgão constatou que cães viviam em más condições.

Diretor do Centro de Zoonoses de Itumbiara afirma que situação mudou.
O Ministério Público de Itumbiara, no sul de Goiás, por meio do promotor de Justiça Marcelo de Freitas, pediu a condenação do município por maus-tratos contra os animais do Centro de Controle de Zoonoses. A ação foi protocolada na última semana. A denúncia ocorreu em março deste ano, depois que um casal foi ao local adotar um cachorro e constatou a situação vivida pelos animais. Eles fizeram registro através de fotos, que vazaram na internet e causaram comoção na população. A assessoria de imprensa da prefeitura informou ao G1 que ainda não havia sido notificada até a noite de segunda-feira (8).
saiba mais
MP investiga morte de animais sadios em Centro de Zoonoses de Itumbiara
A ação civil pública proposta requer, em caráter liminar, que o município seja proibido de permitir a morte de animais abrigados no centro em casos que não estejam de acordo com as situações definidas pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária ou pelo Código Sanitário Municipal. Segundo apurado pela promotoria, os animais abrigados, além de não receberem água, comida e assistência médico-veterinária, eram sacrificados por meio de choque elétrico.
Na ação, protocolada em março, o promotor Marcelo de Freitas afirma que ficou constatado que a unidade abrigava cães desnutridos, doentes e que ficavam presos em celas sujas, sem água e comida. Segundo o promotor, os cães que morriam permaneciam nas celas por dias, até que fossem retirados por algum funcionário. Também foi apurado que os animais que resistiam à ausência de água e comida eram sacrificados, mesmo os sadios, mediante choques elétricos de 220 volts, sem qualquer tipo de insensibilização ou anestesia prévia, “em espetáculos de barbárie e covardia”, afirmou Marcelo de Freitas.

Após denúncias, animais contam com cuidados de
voluntários (Foto: Centro de Zoonoses de Itumbiara)
De acordo com o MP, os funcionários relataram, em depoimento, que um instrumento composto de tomada, fio condutor de energia, cano de PVC e borracha era usado no extermínio dos cães. Após molhar os cachorros que estavam presos nas celas, eles encaixavam a ponta do fio condutor na rede elétrica e encostavam a outra ponta do fio descascado nos animais, causando a morte.
A perícia realizada na época constatou ainda alguns dos animais sacrificados estavam mutilados e com sinais de desnutrição severa. Os corpos eram armazenados em um freezer que estava estragado e, por isso, acabavam se decompondo no local.
O levantamento feito pelo MP também apurou que a verba destinada à manutenção da unidade era insuficiente para seu adequado funcionamento. Com o pedido de condenação, o MP também a requisitou que o município adote a eutanásia de animais e forneça permanentemente alimentação, água, medicamentos e tratamento médico-veterinário aos animais apreendidos.
Outra realidade
Porém, segundo o atual diretor do Centro de Zoonoses, Celso Júnior, que assumiu a diretoria do centro em abril, logo após as denúncias de maus-tratos, a realidade dos animais hoje é outra.

De acordo com ele, o funcionamento da unidade está estabilizado e, desde que assumiu o comando, o número de eutanásia reduziu em 80%. “Hoje não fazemos eutanásia em animais sadios ou com doenças que não seja raiva ou leishmaniose. Além disso, só realizamos este procedimento com laudo veterinário”, afirma Celso.
Ele afirma também que atualmente o local é higienizado com frequência e que há ração estocada para garantir a alimentação dos animais. “Hoje, o centro é um abrigo totalmente diferente. Temos ajuda de amigos que fazem doações e a realidade é outra. Quando assumi, o objetivo era dar qualidade de vida melhor aos animais e hoje a gente consegue isso”, declara Celso.

Fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/10/mp-pede-condenacao-de-municipio-goiano-por-maus-tratos-animais.html?noAudience=true

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

4 DE OUTUBRO - DIA DOS ANIMAIS E DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS


ORAÇÃO DOS ANIMAIS 

Meu São Francisco de Assis 
Protetor dos animais 
Olhai por nós que rogamos 
Vossa bênção e muita paz. 

Olhai os abandonados 
Sofrendo agruras nas ruas 
E os que puxam carroças 
Açoitados nas ancas nuas. 

Pelos pobres passarinhos 
Que não podem mais voar 
Presos em rudes gaiolas 
Só porque sabem cantar. 

E as cobaias de laboratório 
Que sofrem dores atrozes 
Em experiências terríveis 
Que lhes impõem seus algozes. 

Pelos que são abatidos 
Em matadouros insanos 
Para servir de alimento 
Aos que se dizem humanos 

Olhai os que são perseguidos 
Sem piedade nas florestas 
Só por causa da ambição 
Dessas caçadas funestas. 

Pelos animais de circo 
Que não têm mais liberdade 
Presos em jaulas minúsculas 
À mercê de crueldade. 

Olhai os bois de rodeio 
E os sangrados nas touradas 
Barbárie e crimes impostos 
Por pessoas desalmadas. 

Pelos que têm de lutar 
Até a morte nas rinhas 
Quando o homem faz apostas 
Em transações tão mesquinhas. 

Olhai para os que são mortos 
Nos macabros rituais 
Em altares religiosos 
Que usam sangue de animais. 

Meu bondoso protetor 
Oro a vós por meus irmãos 
Para que sua dor e tristeza 
Não sejam sofrimentos vãos 

(Ivana Maria França de Negri)